Igreja Matriz da Senhora da Conceição

 

Mandada erguer pelo Cardeal D. Henrique em 1520, tornou-se independente da Matriz de Aljubarrota em 1565, que durou 269 anos, tal acontecimento teve lugar em 1296 de o bispos de Lisboa D. João mandado que Afonso Paes, seu clérigo, e Gomes Lourenço, fizessem a demarcação das Igrejas dos Coutos, que ficou concluída em Alcobaça no dia 9 de Novembro do mesmo ano. Ficando a Igreja de Ajumarrota (Aljubarrota) a tomar conta do lugar de Turquel.

Exteriormente as obras de restauro descaracterizaram o templo. Há a salientar o portal manuelino em arco abatido sobreposto por apêndices decorativos: folhas retorcidas, animais quiméricos, etc. Sobre o fecho avultam as armas do Cardeal-Rei.

Interiormente é alegre e airosa. Tem uma só nave ampla e tecto de madeira de três planos. Tem dois altares laterais e dois colaterais. No altar lateral do lado do Evangelho está a imagem da Santa como o Menino que tem na mão uma rola “turturela” da qual terá derivado o nome da terra.

A igreja tem adro murado que serviu de cemitério. Prolonga-se da frente aos lados da  igreja, e rodeava esta antes de abrir a estrada que atravessa a vila. Neste adro fizeram-se enterramentos desde o ano de 1845 a 1905, no período anterior a estas datas faziam-se quase sempre dentro da igreja, neste caso os cadáveres eram sepultados com os pés para a capela-mor ( não sendo de eclesiásticos), no adro eram, em regra, com os pés para a parte da igreja. Foi nos anos de 1904 e 1905 construído o actual cemitério junto às Cabeças Ralas.

Foi ampliada durante o reinado dos Felipes  de Espanha

Na noite de 12 para 13 de Fevereiro de 1745 foram roubadas da igreja matriz objectos de grande valor. Os larápios foram apanhados no dia 10 de Setembro em Lisboa, do mesmo ano.

Na noite de 27 para 28 de Agosto de 1996 foi roubada a imagem da Santa Susana.

No Domingo de Páscoa do ano de 1747, quando a procissão ia a recolher à igreja, caiu o coro, os resultados foram: alguns mortos e outros feridos num total de 124 pessoas.

 

A porta do Sol

Porta que se abre na fachada meridional, e cuja pavieira é  uma forma graciosa, com múltiplas curva, deriva também do tipo manuelino. Decorada com os mais diversos ornamentos , mas de baixo relevo.

 

A Torre

Torre é composta de dois corpos sobrepostos, de forma quadrada, rematados por uma cúpula de perfil mixtilineo e secção octogonal ( ângulos quadrados). Nas quatro faces  do segundo corpo vazam-se outras tantos campanários.

Tem vinte metros de altura até ao globo terminal que sustém a grimpa. Esta, que é de ferro e em forma de galo que está  sobreposto a uma cruz.

Foi construída em 1795 em substituição da primitiva, da qual se utilizou parte da escada. Nesse mesmo ano se colocou o relógio (que na actualidade ) não existe já.

O sino Maior, apreciável pelas suas qualidade de timbre e sonoridade, é da invocação do SS. Sacramento, e foi aqui fundido em 1799, pesando 32 arrobas. “Nossa Senhora da Conceição “é de 1670 e é o que ocupa a varanda Norte. Existe ainda o sino chamado “ave-marias” e foi adquirido 1907 em conjunto com uma sineta.

 

Os Altares

A igreja tem cinco altares,  o Altar-Mór, o da Nossa Senhora da Conceição, o do Rosário, o do Nome de Deus, e do de S. Sebastião.

Em 1890 os altares foram renovados com “realce” pintura e douradura.

 

Altar-Mór

O primitivo , um paralelepípedo rectangular de alvenaria com revestimento de madeira , tinha um velho retábulo apainelado que os frades lhe mandaram adaptar em 1733, e que foi substituído pelo actual no meado do século XVIII

Este retábulo, posto que simples, ostenta um certo cunho de distinção. Pertence à ordem de Corinthia. As suas colunas e meias pelastras sustentam um frontão rectilíneo ornamentado de graciosos lavores, sobriamente distribuídos.

 

Altar da Conceição

“Em velhos  códices que pertenceram ao mosteiro de Alcobaça e cuja data  é anterior á da criação desta paróquia, dá-se a dominação de senhora de Turquel á imagem que se venera neste altar. Há muito, porém que a nomeiam Senhora da Conceição, não obstante Ter nos  braços o Menino Jesus. A este respeito diz o autor do Sanctuario Mariano, fundado na particularidade de o Menino Ter na mão uma rola, «que mais mostra na fórma em que está ser o seu titulo o da Purificação do que o da Conceição». Ainda assim, - e é o mesmo autor quem o consigna –a imagem de Santa Maria a Velha, venerada outr’ora em Alcobaça na antiga igreja do primeiro convento, e que tinha igualmente o Menino nos braços, invocavam-na também com o título da Conceição.”

 

In “Memórias de Turquel” de José Diogo Ribeiro” pag. 106

 

O foi um altar adaptado com devesas ornamentações. Em 1737 ( era um altar metido num arco de pedra) tinha um retábulo doirado. Em 1754 ajustou-se-lhe outro de talha doirada, que havia sido comprado em Óbidos. Com a importância do legado padre António Martins Moraes  mandou-se fazer, em 1762, novo retábulo, substituído no começo  do terceiro quarto de século XVII por aquele que vigora.

 

Altar do Rosário

O lateral da parte da Epístola. A imagem da  senhora do Rosário ocupa-o, assim com a companhia de S. João Baptista e de Santo Amaro. Havia também uma imagem do Menino Jesus que desapareceu em 1885 ou 1886.

 

Altar do  Nome de Deus

É colateral ao do Evangelho. Foi reformado em 1760, incorporando-se-lhe por essa ocasião um sacrário de madeira.

O retábulo deste altar, constituído por um único painel de grandes dimensões, é uma como simplificação dos do período ogival, que incluem uma série de quadros.

 

Altar de S. Sebastião

É colateral á parte da Epístola, sendo a sua forma geral idêntica à do Evangelho.

Além da imagem de S. Sebastião vêem-se ali as de S. Francisco de Assis, Santa Susana e Santa Quitéria.

 

A pia Baptismal

Tem a forma de um cálice octógono, é um apreciável obra de escultura muito bem decorada .

 

O presépio

No sopé do monte, achegado á ribanceira, o estábulo. É ali que se depara o Menino, reclinado em pequena manjedoura. Com tendo a SS. Virgem e S. José e acompanhados pelo respectivo boi e mula.

 “ Este presépio fê-lo o padre Joaquim Paulino da Silva, Natural desta localidade, onde viveu durante a Segunda metade do século XVIII e o começo do XIX. ( Além do presépio executou vários trabalhos de marcenaria para a capela de Senhor do Hospital, como o esquife, o Banco de espaldar com gavetões que está na sacristia, etc),

 

In “Memórias de Turquel” de José Diogo Ribeiro” pag. 114