Algar de João Ramos

 

A Gruta assim denominada abre-se no pendor oriental de uma elevação entre as  Redondas, e o Covão do Milho.

Esta Gruta tem um acesso que só é possível na vertical, prolonga-se num plano rapidamente inclinado de mais de trinta metros de extensão. No seu lado direito desemboca uma galeria muito sinuosa.

Foi explorada nos finais do século XIX pelo Sr. Manuel Vieira Natividade. Considerado por ele, como a mais notável gruta e a considerou uma estação típica do período do cobre.

Nesta gruta foi encontrado os seguintes instrumentos de cobre: um punhal, dois machados, duas pontas de lança, duas pontas de flechas, além destes objectos do período do cobre, foi também encontrados duas facas  de sílex, dois machados, e três placas de xisto  (em cada uma destas havia dois furos), oito vasos de barro, um botão de osso, etc.

 

Estação arqueológica do Paleolítico

Tipo de Estrutura – Gruta natural 

Classificação cronológica – Paleolítico médio/superior ( ?) 

Lugar – Covão do Milho (Redondas). 

Localização Geográfica – Carta Militar Portuguesa, escala 1:25 000, 327 Turquel ( Alcobaça), Altitude aproximada 190 m. 

Geomorfologia – Gruta aberta no Calcário Jurássico, na base da encosta ocidental da serra dos candeeiros. Zona agrícola.

Escavações:

-          1890 – Escavações de Manuel Vieira Natividade.

-          Escavações dos Serviços Geológicos de Portugal.

 

Descrição da estrutura – A entrada actual da gruta faz-se por um algar subvertical com cerca de 6 m de comprimento que dá acesso a diversas galerias. A estratigrafia da gruta mal conhecida mas parece depreender-se de M. Vieira  Natividade, 189/1903, que existiam dois níveis bem distintos:

1 – Depósito recente de pequena espessura com uma média de 20 cm

2 – Espesso manto de estalagmite terrosa alternada com grossa camada de argila. Seria este o nível paleolítico.

Litico – Raspadores, lâminas e lascas em quantidades que não foi possivel determinar, 3 «braçais de arqueiro» em xisto (um deles fragmentado nas duas extremidades); 1 conta de azeviche ( ? ); 2 machados polidos de xisto e 2 lâminas de sílex.

Osteológico – Brechas ossifera, Hyaena striata, Meles taxus, Canis lupus, Felis pardis, Epus timidus, Lepus cuniculus, Ovis (?), uma arcada sigmóidea e um fragmento de fémur de Elaphus antiquus com incisões profundas, mostrando uma fauna de clima temperado.

  

Estação arqueológica do Calcolítico

             Cerâmico – 2 vasos globulares lisos de média dimensão; 1 vaso subcilidrico de fundo plano; 1 vaso esferoidal de colo estrangulado; 1 grande vaso de forma subvoide, de fundo plano e esboço de carena alta sob o bordo; 2 vasos de fundo esférico e carena média e alta; 1 vaso campaniforme liso e 3 fragmentos de um único ( ? ) vaso campaniforme, decorado com incisões formando faixas preenchidas com reticulado, alternadas com linhas

         Metálico –1 punhal de rebites; 2 machados planos; 7 estiletes de pequenas dimensões; 10 pontas ( algumas de tipo Palmela ) em cobre.

 Osteológico – 1 botão ou conta e restos humanos muito alterados.

    Material vegetal –Grão de cevada; 1 fragmento de arista ou barba, 1 base de flor e 1 grão irisado (restos de gordura ?).

           Conchifero – Valvas de pectunculus perfuradas; conchas de pecten, cassis e pectunculus.