As primeiras tentativas para a formação do grupo remonta acerca de três décadas aquando de um cortejo de oferendas a favor do Centro Paroquial e Social e Turquel.

Louções e lugares circunvizinhos, organizaram um rancho folclórico para a actuação desse dia. Daí ficou sempre o desejo de tornar efectivo um rancho folclórico dos Louções, só tendo sido possível a sua efectivação no ano de 1987, após um desfile de Carnaval, três elementos do Grupo resolveram dar corpo ao sonho de tantos anos e puseram mãos a obra. A 31de Dezembro de 1987 foi autorizado pelo Instituto de Pessoas Colectivas o nome de “Rancho Folclórico Mira Serra dos Louções”.

Em 27 de Dezembro de 1988, foi lavrada e assinada a escritura da sua Fundação Legal no Cartório Notarial de Alcobaça, tendo sido publicada no Diário da República em 14 de Outubro de 1988.

De então para cá toda a actividade do grupo se tem concentrado no enriquecimento do traje e no aperfeiçoamento do já vasto repertório.

Lavradores

Enculcando a natureza e isenção do lavrador, dizem as camponesas que certos lances tinha ele o direito de se apresenta a el-rei, com as suas botas da lavoura ainda sujas de terra e empunhado a orelhada

As raparigas casadoiras

Para arranjarem dinheiro para o enxoval, dedicavam-se desde novas, ao negócio da compra , cozedura ( com cinza) e cortimento ( em água corrente ) de tremoços e á torra de pevides de abóbora que, depois de preparadas eram vendidas de casa em casa, aos sábados à noite e nas vendas e festividades ao Domingo ou onde quer que se juntasse o povo.

Levavam-nos em cestinhos brancos de verga descascada e a medida era uma pequena tigela de barro. Desses encontros resultava por vezes ”apalavramento”, namoricos, e futuros casamentos.

As descamisadas

Faziam-se nas eiras em Agosto e Setembro, quase sempre à noite e a elas afluíam bastantes pessoas de ambos os sexos que se dispunham em grande círculo.

Quem achava uma maçaroca roxa abraçava os vizinhos.

Um interessante tiroteio de cantigas animava essas concorridas reuniões.

Pão por Deus

No dia de todos os Santos saíam ( e saem) muitas crianças a pedir o pão por Deus. Recolhiam depois alegremente a suas casas transportando fatias de pão, maças, nozes, castanhas, tremoços, etc.

Os trajos que o Rancho apresenta

Lavrador – Barrete ou chapéu de palha, camisa de riscado, colete e calça de cotim, cinta de lã, plainas de serapilheira postas nas pernas ou enroladas no cabo da enxada, saco de purgueira dobrado ao ombro, enxada e tamancos ou descalço.

Mulher – Lenço na Cabeça, chapéu de palha, blusa de chita, saia de serguilha com barra vermelha, algibeira exterior, alteados, avental, canos de lã e tamancos ou descalça e foice ao ombro.

Ao Domingo

Homem – Chapéu ou barrete, camisa branca, trajo preto, cinzento ou castanho e lã ou surrobeco, cinta, pau furado, botas de atanado em cru ou preto.

Mulher – Chapéu janota ou de prato lenço de bretanha de lã ou de seda, casaco cintado e saia rodada de armar ou lã, saquinho de mão a condizer, meia e sapatos em cru ou preto. As mais pobres com blusas e saia rodada de chita ou de lã, saquinho de mão, sapatos ou tamancos; as “ Senhoras” por vezes pequenos xailes, mantilha preta, ou mantilha de bico.

Os Noivos

Homem – Chapéu preto, camisa de linho bordada, nos ombros e peitilho, trajo de  lã preta debruado, botas pretas, lencinho bordado ao bolso, relógio e corrente, grande chapéu de chuva de cana grossa.

Mulher – Lenço branco bordado, casaco cintado e saia bordada com debruns e barras de veludo e punhos arrendados, tal como a gola cingida ao pescoço, meias brancas e sapatos pretos, cordão e brincos de oiro.

Fundadores

Maria Fernanda Conceição Luís   

José Fernando Rosa Rebelo

Manuel Pereira Mendonça