Festejos de Santa Susana
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Segundo José Diogo Ribeiro numa das suas obras, “ Turquel Folclórico” parte II, páginas 12 e 13, do ano de 1928 faz referência à longevidade desta festa. “ Há mais de cinquenta anos que se lhe faz aqui a sua festa com grande luzimento, graças principalmente aos donativos dos agricultores desta freguesia e circunvizinhas. Em tempos, os bois iam à igreja, levando em sacos, sobre o dorso, esses donativos.” Actualmente, com um mês de antecedência, começa a distribuição do programa das festas impresso, mas antigamente, 30 dias antes, era erguida uma varola , com mais de 15 metros, com uma bandeira na ponta. O prior de freguesia nomeava os homens que ficavam encarregados de fazer as colectas nos diversos casais e sítios. Era a nomeação dos mordomos. Princípios do século No dia 8 de Agosto é o dia dos festejos da Santa. Era tradição passarem por Turquel, quando se dirigem para a ermida e onde se realeza uma feira da Santa Susana do Landal ( Caldas da Rainha ) os carros de bois, os quais puxam uma carroça com armações em forma de túnel, cobertos por tela branca ou esteira. No regresso, os as carroças vinham enfeitadas com fitas de lã, que foram tocadas pela imagem da Santa. Na década de 60 e inicio da de 70 Eram escolhidos e nomeados anualmente mais de 20 mordomos. Também as senhoras tinham função de recolher o dinheiro para a fogaça. Tanto o Juiz como a Juíza oferecem, cada um, o seu tabuleiro de bolos, os quais são rifados, um a um, por meio de cartas de jogar. A festa passou, então, a ser três dias. Com o dia mais importante a ser o dia 11 de Agosto. Pelo meio dia surgia o cortejo da fogaças que se dirigiam para a igreja paroquial. Só depois do cortejo estar todo reunido, acompanhado pela filarmónica, se faziam deslocar para o lugar onde se iria realizar as festas. Procissão A disposição do cortejo processional e a seguinte: Primeiro o Guião ( Nossa Senhora da Conceição), a padroeira de Turquel, logo a segui vinha Guião da Liga Eucarística, se era por sua vez seguida pelo Juiz que transportava nas suas mãos a Bandeira de Santa Susana, depois vinha a Imagem da Santa que era transportada por populares, os festeiros, na procissão também desfilava a Cruz da Paroquial, e que era seguida por sua vez do Pálio, e Banda da música que era quem vinha atrás. As raparigas e as mulheres flanqueavam a procissão. Arraial O arraial decorre no local onde se efectua a benção do gado. Há barracas de «comes e bebes» e a banda toca no palanque improvisado para o evento. Jogos e Competições Deixou –se de fazer «cavalhadas» e o «cabeçalho», mas tais divertimentos acabaram , embora ainda se fizessem nos finais dos anos 50. Tanto para as «cavalhadas» como para o «cabeçalho», havia prémios e cada participante pagava um tanto para ter direito o competir. Nos últimos anos das «cavalhadas» faziam-se com bicicletas, pois não havia montadas para se poder fazer o jogo como antigamente. Havia também o «mastro do bolo», que era um comprido mastro ensebado, na sua extremidade era colocado um bolo. Cada participante pagava para poder ter possibilidade de ganhar e mostrar a sua agilidade, trepando ao mastro. Os primeiros poucos avançavam devido ao muito sebo com que o mastro estava untado. Mas eram eles que o limpavam e preparavam o caminho para o vencedor. Esta foi outra tradição que se perdeu. Calendário das Festas: Dia 10 - 21 horas – Repique e Foguetes Dia 11 - 8 horas e 30 minutos – Alvorada e peditório com a banda de musica 12 horas – Cortejo das fogaças. Cada cortejo dum lugar da freguesia. Ficavam depositados na igreja paroquial. 13 horas – Missa solene, seguida de Procissão. 14 horas e 30 minutos – Procissão. Depois da Procissão recolher, as fogaças vão em cotejo para o local do arraial, lavando a filarmónica atrás. 18 horas – Benção do gado junta-se em filas ( á frente vem o juiz com o estandarte de Santa Susana e depois vem o padre a benzer o gado) num local junto ao sitio onde decorre o arraial. Está ai montado um pequeno estrado onde é colocada a imagem da Santa Susana trazida pelo cortejo. Entrega de Oferendas: Terminada a benção, os portadores de gado vão fazer a sua entre de cereais ou dinheiro, o que corresponde a promessas de doenças do gado ou a simples oferendas. Dirigem-se ao local onde está uma mesa ao lado da Imagem de Santa Susana, na qual estão colocados três sacos de serapilheira destinados a recolher os seriais das oferendas e promessas. Cada ofertante recebe em troca um «registo» de Santa Susana, fitas de cor e um ou mais foguetes, consoante a oferenda.
Desde 1995, que se volta a fazer esta festa, depois de ter estado parada por alguns anos, agora, é uma festa mais simples, que conta apenas com as fugaças, e algum artesanato exposto, e no Domingo á noite, há fogo de artifício, sendo também todas as noitas abrilhantadas por conjuntos de musica e arraial. |
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